Um educador clássico. Poucos merecem tanto essa elogiosa descrição quanto José Monir Nasser.
De formação cultural tradicional, à base de grandes clássicos Literatura e de sabedoria humana, cedo descobriu a chave para uma vida plena: a sólida estrutura cultural e espiritual.
Dizia que os clássicos da literatura não são explicados por nós, mas eles que nos explicam a nós. Com essa base e a própria potência de seu espírito de mestre, fundamentou uma vida dedicada à educação de uma multidão, desencantado com a negligência geral à cultura.
Para Nasser, é exatamente a constituição de uma estrutura cultural que leva o homem ao avanço, seja ele individual ou social, espiritual ou econômico — sendo essa, portanto, justamente a base para a formação de uma nação próspera, de um povo consciente.
➡️ “Uma sociedade não pode ser rica antes de ser inteligente. Não pode existir uma economia realmente sólida e desenvolvida sem que haja uma elite cultural voltada para os bens espirituais, capaz de guiar, julgar e interpretar os esforços da comunidade”, dizia Nasser. ⬅️
Influenciado por pensadores como o grande filósofo da educação Mortimer Adler, combateu correntes revolucionárias e de engenharia social da pedagogia brasileira e mundial, voltando-se para o que considerava ser o ponto central da educação: o desenvolvimento da leitura.
Inspirado pela atuação de Adler, lançou o projeto “Expedições ao Mundo da Cultura”, para leitura de obras clássicas como sistema de formação. Em pouco tempo, juntou alunos em diversas partes do país e logo contou com o apoio de empresas e instituições, como o SESI.
O intuito não era apenas o de criar intelectuais ou eruditos, mas fazer descobrir riquezas atemporais e universais que alargam os horizontes da vida.
Irremediavelmente apaixonado pela educação, Nasser reconhecia a dificuldade das estruturas burocráticas do sistema de ensino.
“Não podemos fazer muito. Mas podemos descobrir que é possível fazer uma enormidade de coisas boas, tendo um compromisso com pessoas, com o Joãozinho, a Mariazinha, o Zezinho, o Pedrinho, a Julianinha. Essas crianças que são o sentido da minha existência”, declarou.
Escritor, autor, professor, crítico literário, pintor, economista, poliglota, tão cedo explodiu no universo da educação brasileira, cedo também nos deixou. Acometido por um AVC em 2013, com apenas 55 anos de idade, deixou milhares de alunos órfãos de sua maestria.
José Monir Nasser foi um gigante neste novo cenário da educação e formação cultural no Brasil. E deixa um legado eterno, perene, que o coloca como um dos grandes mestres que esta nação já teve. Um dos mestres que o Brasil ainda há de valorizar devidamente.
Jair Messias Bolsonaro Ministério da Educação – MEC