RECUPERANDO A ALTA CULTURA

RECUPERANDO A ALTA CULTURA

Para aqueles que desejarem formar um quadro completo e compreender a unidade do surgimento do mal planejado em geral e do nazismo em particular, recomendo seguir os seguintes passos, não necessariamente nesta ordem porque a mente se encarrega desta unificação, mas não pode perder de vista o objetivo da unidade:

Veja esta palestra:

– “Música Universal: Do Cantochão ao Século XXI” de Dante Mantovani. (Para criar a motivação inicial. Encontrável no YouTube)

Veja estes filmes:

– “O Triunfo da Vontade” (documentário encontrável no YouTube

– “Arquitetura da Destruição” (documentário encontrável no YouTube)

– “A Fita Branca” um filme de Michael Haneke. (comprar no mercado)

Leia estes livros:

– “Doutor Fausto” de Thomas Mann. (Encontrável em sebos ou livrarias de grande porte)

– “Hitler e os Alemães” de Eric Voegelin. (Encontrável na É Realizações)

– “A Sagração da Primavera” de Modris Eksteins. (só em sebos ou bibliotecas públicas)

– “Minha Luta contra Hitler” de Dietrich von Hildebrand (encontrável na Amazon)

– “Uma Idéia que nos Deforma as Mentes” de Andrei Plesu et ali (Encontrável na Academia Monergista).

– “O Diabo na História” de Vladimir Tismaneanu (encontrável na Amazon).

Lembrando que o Nazismo (mal menor por ter sido pontual e de duração efêmera), está aquém do Comunismo (mal maior) de efeito mais devastador porque atua por camadas imperceptíveis e no longo prazo. O comunismo será tratado em outra oportunidade.

Documentário 2ª Guerra: O Triunfo da Vontade

O Triunfo da Vontade, documentário e propaganda, foi requisitado por Hitler em 1934 e dirigido por Leni Riefenstahl. Cobre os acontecimentos ocorridos durante o Sexto Congresso de Nuremberg. A intenção original deste documentário era documentar os primeiros anos da NSDAP, para que as futuras gerações pudessem olhar para trás e ver como o Terceiro Reich começou. Na realidade, O Triunfo da Vontade mostra à História como o Terceiro Reich moveu massas em direção ao terror através da propaganda, e também como Adolph Hitler tinha uma incrível e única habilidade de comover multidões e fazê-las acreditarem e realizarem suas vontades através do poder de sua palavra.

[Mostra o “Poder da Propaganda” na manipulação das massas – A.O.]

Tradução do discurso aos 51 minutos de Adolf Hitler de 1934 para uma plateia de 20.000 jovens alemães. Leia a seguir:

“Porque vocês, são carne da nossa carne, sangue do nosso sangue! Meus jovens alemães, após um ano tenho a oportunidade de vos dar as boas-vindas. Aqueles que estão aqui no estádio são um pequeno seguimento da massa que está lá fora por toda a Alemanha. Desejamos que vocês rapazes alemães e garotas, absorvam tudo o que nós esperamos da Alemanha para estes novos tempos. Queremos ser uma nação unida, e vocês meus jovens, formarão esta nação. No futuro não desejamos ver classes e vocês precisam de impedir, que isso, apareça entre vocês. É apenas o seguimento das massas e vocês precisam de ser educados para tal. Queremos que estas pessoas sejam obedientes e vocês devem praticar a obediência. Desejamos que as pessoas almejem a paz, mas também sejam corajosas. E vocês alcançarão a paz. Vocês precisam almejar a paz e serem corajosos ao mesmo tempo. Não queremos que esta nação seja fraca, ela deve ser forte, e vocês precisam de se mentalizar enquanto são jovens. Vocês precisam de aprender a aceitar privações sem nunca esmorecerem. Não importa o que criemos e façamos, nos sobreviveremos, mas em vocês, a Alemanha viverá. E quando nada restar de nós, vocês levantaram o país que há algum tempo nós levantamos do nada. E sabem que não pode ser de qualquer outro modo, senão o de estarmos juntos de nós próprios. Porque vocês, são carne da nossa carne, sangue do nosso sangue! E as vossas mentes jovens estão repletas do mesmo ideal que nos orienta. Vocês estão unidos a nós, e quando as grandes colunas do movimento marcharem pela Alemanha vitoriosa, sei que vocês se juntarão às colunas. E nós sabemos que a Alemanha está diante, dentro e atrás de nós. A Alemanha marcha dentro de nós, a Alemanha segue atrás de nós! ”

Resenha do filme “O Triunfo da Vontade” (Triumph of the Will, 1934, Leni Riefenstahl) Autor: Daniel Casagrande Borges. Leni Riefenstahl foi uma atriz popular alemã, e dirigiu seu primeiro filme chamado Das Blaue Licht ( Luz Azul ) em 1932. Ao mesmo tempo, ela ouviu pela primeira vez falar de Hitler em um comício nazista e ficou impressionada ao conseguir ser admitida ao partido. Mais tarde, ela começou uma correspondência com ele que iria durar anos. Hitler, por sua vez, ficou igualmente impressionado com Das Blaue Licht, e em 1934 pediu-lhe para dirigir um filme sobre o comício nazista anual de Nuremberg. Em Mein Kampf, Hitler fala do sucesso da propaganda britânica na Primeira Guerra Mundial acreditando que a ignorância das pessoas significava a simples repetição e que um apelo aos sentimentos acima da razão seria suficiente para obter o apoio popular. Hitler escolheu Riefenstahl, pois queria que o filme fosse o mais “artisticamente satisfatório” possível para agradar a um público não político, mas ele também acreditava que a propaganda não deveria admitir nenhum elemento de dúvida. Sendo assim, o filme O Triunfo da Vontade pode ser visto como uma continuação da propaganda da Primeira Guerra Mundial, embora intensificada pela natureza artística do filme. O filme aborda muitos temas relevantes ao espectador, dentre os quais podemos evidenciar: – Religião O filme abre com Hitler descendente como um Deus dos céus passando por entre as torres de uma catedral. Ele contém muitas cenas de sinos da igreja, e as pessoas em um estado de quase fervor religioso, além do enquadramento proeminente do Bispo Ludwig Müller de pé em suas vestes entre membros do alto escalão nazista. Outro fator que evidencia a “adoração” à Hitler está no fato de que em muitas cenas temos o ângulo da câmera de baixo para cima, no qual Hitler, de pé no pódio, vai emitir um comando para centenas de milhares de seguidores que o saúdam alegremente em uníssono. – Unidade Foi muito importante a Adolf Hitler que suas mensagens de propaganda tivessem um tema unificado. Se um país não é unificado em dizer que o inimigo é mau, o público começa a ter dúvidas. Passar a ideia de um país unificado, provoca nos ouvintes um grande sentimento patriótico e motivando-os a trabalhar para o “bem maior”. A unidade é vista ao longo deste filme, até mesmo nos campos onde os soldados vivem. O campo do lado de fora de Nürnberg é muito uniforme e limpo, as tendas são alinhados em fileiras perfeitas e simétricas cada uma formando uma pequena parcela do acampamento todo. Os soldados lá também fazem questão de camisa, porque a camisa exibe suas patentes e status. Sem camisa, eles são todos iguais, unificados. Quando marcham, é em uníssono e todos eles carregam as armas de forma idêntica. A mensagem de Hitler para os trabalhadores também inclui a noção de unidade, como podemos ver em sua afirmação à tropa de soldados que construiriam as estradas armados apenas com pás: “O conceito de trabalho não será mais uma divisão, mas uma união, e não haverá mais ninguém na Alemanha, que irá considerar o trabalho manual menos alta do que qualquer outra forma de trabalho.” – Hitler Todos esses valores, de unidade, patriotismo, igualdade e respeito eram também passados aos jovens reforçando para que eles continuassem o trabalho de seus pais na construção de uma Alemanha forte e unificada. “Queremos ser uma nação unida, e vocês, meus jovens, estão a tornar-se esta nação. No futuro, nós não desejamos ver classes e panelinhas, e vocês não devem permitir-lhes desenvolver entre vocês. Um dia, nós queremos ver uma nação.” – Hitler O filme tem muitas cenas que borram a distinção entre o partido nazista, o Estado alemão, e o povo alemão. Alemães em trajes camponeses e roupas tradicionais vão cumprimentar Hitler em algumas cenas. As procissões tochas, embora agora associada por muitos com os nazistas, gostaria de lembrar o espectador da celebração do medieval Karneval. A antiga bandeira da Alemanha Imperial também é mostrada várias vezes voando ao lado da suástica, e há uma cerimônia onde Hitler presta seus respeitos aos soldados que morreram na Primeira Guerra Mundial (assim como o presidente Paul von Hindenburg, que havia morrido um mês antes da convenção). Há também uma cena em que os recrutas do trabalho dizem individualmente a que cidade ou área na Alemanha eles pertencem, lembrando os telespectadores que o Partido Nazista havia expandido a partir de sua fortaleza em Baviera para se tornar um movimento por toda a Alemanha. Outra citação que evidencia esse processo é: “O Partido é Hitler – e Hitler é a Alemanha, assim como a Alemanha é Hitler!” – Rudolf Hess. Outro fator crucial a ser analisado são os discursos de Hitler. Com sua excelente retórica ele conseguia falar ao povo alemão exatamente o que eles queriam ouvir. Falar sobre fortalecimento do estado, unidade, emprego, igualdade, respeito e inflamar seus corações com o sentimento de patriotismo, era tudo o que uma sociedade enfraquecida, desempregada e com fortes sentimentos revanchistas em relação à primeira guerra mundial precisava ouvir naquele momento para apoiá-lo. Isso nos leva a refletir sobre o poder da propaganda e o poder que a mídia em si tem sobre nós. Assim como no filme, nem tudo o que nos é mostrado e dito é de fato a realidade e muitas vezes podemos estar envoltos à um discurso aprazível, mas que na verdade busca apenas nos manipular e que pode trazer consequências graves à nós mesmos e a todos que nos cercam.

Doc: Arquitetura da Destruição (Architecture of Doom Nazism) [LEG]

Arquitetura da Destruição está consagrado internacionalmente como um dos melhores estudos já feitos sobre o nazismo no cinema. O filme de Peter Cohen lembra que chamar a Hitler de artista medíocre não elimina os estragos provocados pela sua estratégia de conquista universal. O veio artístico do arquiteto da destruição tinha grandes pretensões e queria dar uma dimensão absoluta à sua megalomania. Hitler queria ser o senhor do universo, sem descuidar de nenhum detalhe da coreografia que levava as massas à histeria coletiva a cada demonstração. O nazismo tinha como um dos seus princípios fundamentais a missão de embelezar o mundo. Nem que, para tanto, destruísse todo o mundo.

[Mostra como o mal pode surgir, também, através da música e da arte – A.O.]

Como você pode ver, recuperar a “Alta Cultura” neste país exige muito esforço. Quando você vai discutir este assunto com alguém que não leu nada disso e nem estudou o assunto, o sujeito sai dando orelhadas como se fosse a maior autoridade no assunto.

Você acha que o país tem saída por este caminho? O povo e os políticos vivem falando em “educação” como única saída, mas de qual educação eles estão falando? Educação é isso. Fora disso, é ensino, algo completamente diferente de Educação.

Um abraço,

Anatoli Oliynik

O conhecimento só tem valor quando compartilhado

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