Por Anatoli Oliynik
Nunca é demais repetir coisas que alimentam a alma, dão energia ao corpo e proporcionam luzes para clarear o nosso caminho nestes tempos hodiernos tão eivados de descrença e materialidade, onde o mal e os psicopatas tripudiam sobre o bem e as coisas sagradas, fazendo escárnio de nossas crenças, atitudes, pensamentos e caráter.
O impacto que as palavras de Merton causam, já na primeira estrofe, nos leva a muitas meditações, porém destacam-se duas questões que cada um deveria fazer a si mesmo: Que caminho estou trilhando? Tenho consciência para onde ele está me levando?
THOMAS MERTON
Monge trapista (1915-1968)
Senhor Deus,
Não tenho a menor idéia de para onde estou indo,
Não enxergo o caminho à minha frente,
Não sei ao certo onde irá dar esse caminho.
Também não conheço verdadeiramente a mim mesmo,
E o fato de que penso que estou seguindo a Tua vontade
Não significa que realmente esteja seguindo a Tua vontade.
Mas acredito que o meu desejo de Te agradar
Realmente Te agrada.
E espero ter esse desejo em tudo o que fizer,
Espero nunca me afastar desse desejo.
Sei que, se assim o fizer,
Tu me guiarás pelo caminho correto
Embora eu possa nem saber que o estou trilhando.
Assim, confiarei sempre em Ti
Embora eu pareça estar perdido
E caminhando na sombra da morte.
E não temerei, porque Tu estás sempre comigo
E nunca deixarás que eu enfrente os perigos sozinho.
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(*) Thomas Merton (1915 – 1968) Monge Trapista da Abadia de Gethsemani, Kentucky, EUA, escreveu mais de setenta livros, a maioria sobre espiritualidade, e também foi objeto de várias biografias. Um homem sereno e ao mesmo tempo irado, como aquele que vê no conformismo a maior tragédia da humanidade.