PARA QUE SERVEM OS POLITICOS E O CONGRESSO?

Se reprovamos o Congresso, por que o elegemos?
21/09/2023

Se reprovamos o Congresso, por que o elegemos?
O DataFolha divulgou recentemente levantamento focado na nova legislatura do Congresso Nacional. A avaliação mostra que apenas 16% dos brasileiros aprovam o trabalho dos deputados federais e dos senadores. A desaprovação atingiu o índice de 33%. Por outro lado, 48% dos entrevistados consideram a atividade do Legislativo Nacional regular. Estes dados demonstram a percepção de que um de nossos poderes está aquém da expectativa dos cidadãos, mesmo depois de poucos meses do início dos mandatos.

Observando esses dados, passamos a refletir profundamente, buscando encontrar algumas conclusões ou provocações. Então, compartilhamos aqui algumas reflexões e gostaríamos, como sempre fazemos, que você, caro (a) leitor (a), pudesse contribuir também expressando sua opinião. Afinal, somente num movimento de discussão salutar é que podemos avançar, principalmente para ação. Porque, certamente, de nada adiantam as queixas, pois elas de forma alguma vão transformar a nossa realidade. Esse é, inclusive, um excelente gancho para iniciarmos nossas considerações.

O Congresso Nacional é formado a partir do voto dos brasileiros. Essa frase pode parecer óbvia, mas ela faz muito sentido. Se a esmagadora maioria dos cidadãos de nosso país parece descontente com a Câmara e com o Senado, qual razão de estes mesmos cidadãos terem os escolhido meses atrás? Como, em tão pouco tempo, pode ter mudado a percepção? Esses votos foram realmente fundamentados em séria e responsável pesquisa e avaliação? Surge aqui também outro ponto. O nosso sistema eleitoral consegue canalizar apropriadamente o anseio do sufrágio eleitoral ou está viciado a eleger indivíduos em descompasso com a expectativa da população?

Particularmente, temos a clareza de que precisamos nos preocupar mais com a eleição para o Legislativo. Muitas vezes colocamos toda a energia no Executivo, que, sim, é relevante, mas acabamos escolhendo legisladores sem critério ou por afinidades que pouco encontram razão técnica. Transformamos a eleição majoritária em uma disputa futebolística, também pouco produtiva, e pouco nos dedicamos em filtrar efetivamente quem comporá nosso Congresso Nacional. Engajamento baixo, escolhas ruins, acomodação… são aspectos que nos parecem, infelizmente, ainda atuais. E depois, deste caldeirão pouco relevante e produtivo para o futuro do Brasil, nos apegamos nas reclamações paralisantes.

Desta forma, esta pesquisa mostra a triste realidade: temos um Congresso muito menor que a grandeza da nossa Nação e do nosso povo. Justamente o Congresso, que, é, cada vez mais protagonista no destino de nosso País e em tempos tão desafiadores para o equilíbrio dos poderes! Se continuarmos tratando o processo eleitoral de forma tão superficial e imatura, dificilmente encontraremos um trilho de progresso real. Seguiremos num círculo viciante que só nos levará cada vez mais para longe de um projeto de País consistente. Precisamos discutir mais sobre isso e sermos multiplicadores do chamado ao voto consciente para o Parlamento, bem como para o Executivo. O mesmo vale para o legislativo estadual e municipal, e cabe já colocarmos nosso olhar nas Câmaras de Vereadores, afinal, ano que vem decidiremos o destino de nossas cidades.

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